sexta-feira, 18 de março de 2011

A FRATERNIDADE NA DIMENSÃO MATERIAL E O PLANETA

              No artigo anterior abordamos o que compreendemos como
a revolta da Terra e seu processo de transformação diante do estado
de exploração e depredação de que tem sido alvo pelo homem.
              Este, aos poucos e talvez tardiamente, vem tomando consciência
dos maus tratos que tem inflingido à Mãe Natureza, mas suas ações
ainda são tímidas diante das devastações que ocorrem diariamente.
A mais recente e gravíssima no Japão vem resultando não apenas nas
perdas humanas e materais, mas mais uma vez também em um acidente
que atinge uma usina nuclear que tem efeitos devastadores para o homem
e para a natureza.
               É neste contexto que indagamos: o que homens e mulheres podem
fazer diante destes fenômenos naturais? Os cientistas podem tentar
prevê-los e controlá-los, os engenheiros podem tentar diminuir seus danos
projetanto edificações adaptáveis aos terremotos. O  amazonense inventou
uma engenharia rudimentar para lidar com as cheias do rio Amazonas:
as palafitas. Os políticos podem legislar a favor da despoluição. Com certeza
muito se pode fazer do ponto de vista técnico, científico e político.

                Bom, porém, neste momento, curiosamente, o que mais nos impele
às mudanças, é o chamado que há muito Jesus Cristo nos legou: "Amai-vos
uns aos outros". Não há tecnologia que altere os rumos da destruição, se não
for acompanhada deste espírito de amor. Seria como se quisessem por remendos
novos em roupas já desgastadas e rôtas.  O homem tem que se renovar e saber
cuidar. O saber cuidar em sua dimensão coletiva, evoca à Fraternidade.
                Como desenvolver a fraternidade? Inicialmente, é necessário
reconhecê-la então, exercê-la e valorizá-la. Há pelo menos duas dimensões a
serem consideradas: a material e a espiritual. 
                Examinemos primeiramente a sua dimensão material; que pode se
apresentar na forma de Solidariedade e/ou de União.
                Solidário é aquele que partilha do interesse do outro, que vem em
seu auxílio nos momentos de sofrimentos. Solidariedade é uma ação de
ajuda mútua. É quando nos vemos iguais aos outros e podemos e queremos
ajudá-los. É preciso comover-se com a dor do irmão para lhe dar as mãos.
A compaixão é necessária a fim de que haja uma mobilização em direção
daquele que sofre. É solidário aquele que ama; este ajuda e cuida.  
                 São típicas deste tipo de fraternidade as ações humanitárias. Muitos
tornaram-se santos realizando obras de solidariedade. Exige um certo quantum
de sacrifício e de doação. Assim, é que em situações de catástrofes podemos e
devemos prestar às vítimas ajuda através de doações e serviços. Doamos
remédios, roupas, alimentos e agua. Fornecemos abrigos e assistência social.
Oferecemos prestação de socorros com participação de médicos, enfermeiros,
psicólogos e fisioterapeutas entre outros.
                  O Planeta nos convoca à Fraternidade, por meio da Solidariedade,
entre os homens, mas sobretudo, a uma ação solidária à própria Terra.
                 Como ser solidário ao nosso planeta Terra? 
                 Já estamos cientes do elo entre o Amor e a Solidariedade. Amar a
Terra, cuidar e protegê-la, é nossa responsabilidade! E também, óbvio, uma
questão de sobrevivência digna. Cabe a cada um de nós seres dotados de
inteligência, descobrir como viabilizar este cuidado essencial que há de ser
um projeto que emana do interior de cada indivíduo, mas, sobretudo, tem
que ser um projeto coletivo-mundial.
                No próximo artigo continuaremos falando da Fraternidade em
sua dimensão material na forma de União.

                                                                          (EMRC, 2011)

              

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